sexta-feira, 11 de abril de 2025

Maria Beatriz Nascimento

(1942 - 1995) - HISTORIADORA


Nasceu em Sergipe. Em 1950 sua família foi morar na cidade do Rio de Janeiro, onde fez graduação em História (UFRJ) e tornou-se professora de História na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro. Em 1974 publicou "Por uma história do homem negro" na Revista de Cultura Vozes. Esse artigo fazia uma crítica contundente à negligência acadêmica em relação à história dos negros brasileiros. Diante da repercussão do texto, publicou na mesma revista, ainda naquele ano, "Negro e Racismo" o qual lançava a discussão do racismo estrutural e institucional na sociedade brasileira. 

Começa a militar no movimento negro e em núcleos de estudos na Universidade Federal Fluminense com o propósito de criar outros conteúdos para os estudos da cultura negra. Foi vítima de feminicídio cometido pelo companheiro de uma amiga também objeto de maus-tratos.

Contribuição: o objeto de sua pesquisa era demonstrar que favelas exprimem, na realidade, a contribuição dos quilombos brasileiros, aquilo que estes tinham de preservação da cultura negra. Foi uma precursora dos estudos da cultura quilombola nacional.

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019

(1935-1994) - CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


Nasceu em Minas Gerais e graduou-se em História e Filosofia (UFRJ), fez Mestrado em Comunicação Social e Doutorado em Antropologia Social em São Paulo. Foi professora da PUC/Rio, do Departamento de Sociologia e Política, tendo sido diretora desse departamento. Como pesquisadora, Lélia, em parceria com o professor Carlos Hasenblag, publicou pesquisas pioneiras sobre discriminação e desigualdades raciais no Brasil nos anos 1970 e 1980. Foi membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), do Ministério da Justiça.

Contribuição: desenvolveu intensa atividade política na denúncia do racismo e da discriminação das mulheres, fundou diversos grupos negros e feministas e escreveu os livros Festas Populares no Brasil, e em coautoria com Carlos Hasenbalg o clássico Lugar de negro, além de tese e dissertação para a Pós-Graduação, artigos para revistas científicas e de divulgação.

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019

Ewa Wanda Cybulska

(1929) - FÍSICA


Nasceu na Polônia, Varsóvia. A família veio para o Brasil em 1947, e a jovem audaciosa e determinada entra no curso de Física da USP, onde se forma bacharela em Física na Faculdade de filosofia, Ciências e letras da Universidade de São Paulo(FFCl/USP), Estudou com a primeira geração de físicos brasileiros, formada pelos cientistas italianos Gleb Wataghin e Giuseppe Occhialini e pelos brasileiros Mário Schenberg, Marcelo Damy de Souza Santos, César Lattes e Oscar Sala.

Contribuição: como física experimental, participou ativamente nas montagens experimentais de espectroscopia gama existente no Pelletron, descobrindo novas estruturas nucleares de núcleos ímpar-ímpar. Suas publicações descrevem as reações nucleares e o núcleo atômico e suas características .

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019

Joana Dobereiner


(1924-2000) - ENGENHARIA


Nasceu em Aussig (Sudetos), na Tchecoslováquia, filha de Paul e Margarethe Kubelka de origem alemã. Foi expulsa junto com a família, em 1945, para a Alemanha. Estudou Agronomia na Universidade de Munique, onde se graduou em 1950. Casou-se com seu colega Jurgen Dobereiner e veio para o Brasil. Foi contratada para trabalhar no Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas do Ministério da Agricultura (atual EMBRAPA) no laboratório de Microbiologia dos Solos.

Contribuição: descobriu a ocorrência de uma associação entre bactérias do gênero Spirillum e as gramíneas. A descoberta teve um enorme impacto no meio científico e tecnológico e foi decisiva para a expansão da cultura da soja no Pais, sendo também aplicada na cultura da cana-de-açúcar, de leguminosas a um custo baixo e sem poluição ambiental. Eleita membro da ABC, foi a primeira mulher recomendada para ser sua vice-presidente, em 1995. Recebeu inúmeros prêmios e homenagens, tendo sido indicada pela ABC para o Prêmio Nobel. Faleceu em 5 de outubro de 2000 no Rio de Janeiro.

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019

Aida Hassón-Yoloch

(1922) - QUÍMICA


Nascida no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, é proveniente de uma família de imigrantes judeus socialmente bem posicionada. Ingressou na Escola Nacional de Química (ENQ) em 1941, onde se formou em 1944, com a aspiração de ser química industrial. A jovem química tornou-se pesquisadora e professora de Biofísica, realizando uma carreira cientifica bem-sucedida. Em 1956, a convite de Carlos Chagas Filho, começou com o estudo do isolamento do receptor nicotínico da acetilcolina (um neurotransmissor), utilizando o peixe elétrico como modelo animal.

Contribuição: publicou mais de 60 artigos em uma dezena de revistas de circulação internacional, relacionadas às suas áreas de atuação: química de macromoléculas, biofísica molecular, metabolismo, bioenergética e enzimologia. Foi bolsista 1-A do CNPq de 1976 até a aposentadoria (1994).

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019

Marília Chaves Peixoto

(1921-1961) - MATEMÁTICA

Marília Magalhães Chaves nasceu em Santana do Livramento (RS). Brilhante nos estudos secundários, foi para o Rio de Janeiro cursar a Escola Politécnica da Universidade do Brasil. Posteriormente, junto com seu marido, da mesma instituição, passou a dirigir o Gabinete de Mecânica.

Contribuição: seus trabalhos sobre funções convexas tiveram repercussão internacional; em 1951 foi a primeira mulher a ser eleita para a ABC. Em 1959 publicou em parceria com seu marido o trabalho "Structural stability in the plane with enlarged boundary conditions", o famoso Teorema Peixoto. Faleceu em 5 de janeiro de 1961.

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019

Ayda Ignez Arruda

(1936-1981) - Matemática


Nasceu em Lajes, Santa Catarina. Obteve o título de doutora e livre-docente com a tese "Considerações sobre os Sistemas Formais NFn", sob a orientação do professor Newton C. A. da Costa, na Universidade Federal do Paraná, em 1966. Foi a primeira colaboradora do professor Newton C. A. da Costa, com quem publicou diversos artigos em periódicos internacionais.

Contribuição: formalizou as ideias de Vasil'ev, relacionadas à Lógica Paraconsciente. Seus estudos são referência para muitas gerações de matemáticos e lógicos.

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019

Elisa Frota-Pessoa

(1921-2011) - FÍSICA


Elisa Esther Habbema de Maia nasceu no Rio de janeiro, filha de Elisa Habbema de Maia e Juvenal Moreira Maia. Entusiasmou-se com as aulas de Ciências e, incentivada pelo professor Plínio Sussekind da Rocha, prestou exames para a Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) da Universidade do Brasil (atual UFRJ). Graduou-se em física em 1942. Assistente do professor costa Ribeiro, foi contratada em 1944 para lecionar física na FNFi. Fez parte do grupo pioneiro da Física brasileira, foi uma das fundadoras do (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), em 1949.

Contribuição: introdução da técnica das emulsões nucleares.

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019


Virgínia Leone Bicudo

(1910-2003) - PSICOLOGIA E PSICANÁLISE

Estudou na Escola Modelo Caetano de Campos, no bairro da Luz, na cidade de São Paulo. Virgínia interessou-se pela Sociologia e iniciou o curso de Ciências Sociais na Escola Livre de Sociologia e Política em 1936. Pouco depois, em 1939, teve contato com a psicanalista alemã Adelheid Koch, que veio para o Brasil com o início da 2ª Guerra Mundial. Naturalizada brasileira, Adelheid motivará em Virgínia o interesse pela psicanálise, depois ampliado pela formação e contato com o médico e professor Durval Marcondes.

Contribuição: junto a Marcondes começou uma parceria na Escola Livre de Sociologia e Política, com a oferta das disciplinas higiene mental e psicanálise. É referência nos estudos raciais. Ela foi a primeira pesquisadora e professora negra a ocupar um lugar de destaque na divulgação e construção da psicanálise no Brasil.

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019