sexta-feira, 11 de abril de 2025

Joana Dobereiner


(1924-2000) - ENGENHARIA


Nasceu em Aussig (Sudetos), na Tchecoslováquia, filha de Paul e Margarethe Kubelka de origem alemã. Foi expulsa junto com a família, em 1945, para a Alemanha. Estudou Agronomia na Universidade de Munique, onde se graduou em 1950. Casou-se com seu colega Jurgen Dobereiner e veio para o Brasil. Foi contratada para trabalhar no Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas do Ministério da Agricultura (atual EMBRAPA) no laboratório de Microbiologia dos Solos.

Contribuição: descobriu a ocorrência de uma associação entre bactérias do gênero Spirillum e as gramíneas. A descoberta teve um enorme impacto no meio científico e tecnológico e foi decisiva para a expansão da cultura da soja no Pais, sendo também aplicada na cultura da cana-de-açúcar, de leguminosas a um custo baixo e sem poluição ambiental. Eleita membro da ABC, foi a primeira mulher recomendada para ser sua vice-presidente, em 1995. Recebeu inúmeros prêmios e homenagens, tendo sido indicada pela ABC para o Prêmio Nobel. Faleceu em 5 de outubro de 2000 no Rio de Janeiro.

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019

Aida Hassón-Yoloch

(1922) - QUÍMICA


Nascida no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, é proveniente de uma família de imigrantes judeus socialmente bem posicionada. Ingressou na Escola Nacional de Química (ENQ) em 1941, onde se formou em 1944, com a aspiração de ser química industrial. A jovem química tornou-se pesquisadora e professora de Biofísica, realizando uma carreira cientifica bem-sucedida. Em 1956, a convite de Carlos Chagas Filho, começou com o estudo do isolamento do receptor nicotínico da acetilcolina (um neurotransmissor), utilizando o peixe elétrico como modelo animal.

Contribuição: publicou mais de 60 artigos em uma dezena de revistas de circulação internacional, relacionadas às suas áreas de atuação: química de macromoléculas, biofísica molecular, metabolismo, bioenergética e enzimologia. Foi bolsista 1-A do CNPq de 1976 até a aposentadoria (1994).

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019

Marília Chaves Peixoto

(1921-1961) - MATEMÁTICA

Marília Magalhães Chaves nasceu em Santana do Livramento (RS). Brilhante nos estudos secundários, foi para o Rio de Janeiro cursar a Escola Politécnica da Universidade do Brasil. Posteriormente, junto com seu marido, da mesma instituição, passou a dirigir o Gabinete de Mecânica.

Contribuição: seus trabalhos sobre funções convexas tiveram repercussão internacional; em 1951 foi a primeira mulher a ser eleita para a ABC. Em 1959 publicou em parceria com seu marido o trabalho "Structural stability in the plane with enlarged boundary conditions", o famoso Teorema Peixoto. Faleceu em 5 de janeiro de 1961.

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019

Ayda Ignez Arruda

(1936-1981) - Matemática


Nasceu em Lajes, Santa Catarina. Obteve o título de doutora e livre-docente com a tese "Considerações sobre os Sistemas Formais NFn", sob a orientação do professor Newton C. A. da Costa, na Universidade Federal do Paraná, em 1966. Foi a primeira colaboradora do professor Newton C. A. da Costa, com quem publicou diversos artigos em periódicos internacionais.

Contribuição: formalizou as ideias de Vasil'ev, relacionadas à Lógica Paraconsciente. Seus estudos são referência para muitas gerações de matemáticos e lógicos.

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019

Elisa Frota-Pessoa

(1921-2011) - FÍSICA


Elisa Esther Habbema de Maia nasceu no Rio de janeiro, filha de Elisa Habbema de Maia e Juvenal Moreira Maia. Entusiasmou-se com as aulas de Ciências e, incentivada pelo professor Plínio Sussekind da Rocha, prestou exames para a Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) da Universidade do Brasil (atual UFRJ). Graduou-se em física em 1942. Assistente do professor costa Ribeiro, foi contratada em 1944 para lecionar física na FNFi. Fez parte do grupo pioneiro da Física brasileira, foi uma das fundadoras do (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), em 1949.

Contribuição: introdução da técnica das emulsões nucleares.

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019


Virgínia Leone Bicudo

(1910-2003) - PSICOLOGIA E PSICANÁLISE

Estudou na Escola Modelo Caetano de Campos, no bairro da Luz, na cidade de São Paulo. Virgínia interessou-se pela Sociologia e iniciou o curso de Ciências Sociais na Escola Livre de Sociologia e Política em 1936. Pouco depois, em 1939, teve contato com a psicanalista alemã Adelheid Koch, que veio para o Brasil com o início da 2ª Guerra Mundial. Naturalizada brasileira, Adelheid motivará em Virgínia o interesse pela psicanálise, depois ampliado pela formação e contato com o médico e professor Durval Marcondes.

Contribuição: junto a Marcondes começou uma parceria na Escola Livre de Sociologia e Política, com a oferta das disciplinas higiene mental e psicanálise. É referência nos estudos raciais. Ela foi a primeira pesquisadora e professora negra a ocupar um lugar de destaque na divulgação e construção da psicanálise no Brasil.

Fonte: Revista Leituras da História
Edição 124 - 2019

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Madalena Caramuru


Madalena Caramuru, filha do náufrago português Diogo Álvares Correia, o Caramuru, e Catarina Paraguaçu. 
Em 1534, Madalena se casa com o português Alfonso Rodrigues, quem a alfabetizou. Teria sido a primeira brasileira alfabetizada no Brasil.

Madalena escreveu uma carta, datada de 26 de março de 1561, ao padre Manoel da Nóbrega ( que chefiou a missão jesuítica vinda a Bahia com o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Souza, para fundar Salvador em 1549) reivindicando educação para os filhos dos índios escravizados.
Na carta, Madalena argumenta que as crianças eram separadas dos pais cativos, "sem conhecerem Deus, sem falarem a nossa língua e reduzidas a esqueletos".
O padre se comoveu com as ideias de Madalena e recorreu a rainha de Portugal, Dona Catarina, para implementar as mudanças, mas a líder via com maus olhos a inclusão feminina na educação. O acesso das mulheres à educação veio apenas com a promulgação da Lei Geral em 1827, que concedeu a abertura de escolas públicas femininas.