segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Madalena Caramuru (séc. XVI)

Filha de Diogo Alvares Correa, foi a primeira mulher brasileira a saber ler e escrever. O casamento da índia Caramuru com o português Afonso Rodrigues teria mar - cado seu ingresso no mundo das letras. Em 1561, ela teria escrito uma carta ao bispo de Salvador pedindo que as crianças escravas fossem salvas dos maus-tratos. Ela representa uma notória exceção ao padrão da sociedade colonial, na qual as mulheres eram mantidas na ignorância.

Adélia Sigaud (c.1840-?) - Educadora cega.


Considerada a primeira brasileira a ler pelo Método Braille, nasceu no Rio de Janeiro (RJ) era filha de um dos médicos da família imperial. Cega desde criança, aprendeu o método Braille com o escritor José Álvares de Azevedo. que, por sua vez, aprendera-o no Instituto Nacional dos Jovens Cegos, de Paris. Em 1851, o pai encantou-se ao ver a filha lendo com as mãos e relatou o fato ao imperador D. Pedro II, que manifestou interesse em conhece-la. Do encontro resultou, em 1854, a fundação do Instituto Benjamin Constant, destinado ao ensino de crianças e jovens cegos. A própria Adélia foi aluna do Instituto e acabou se tornando a primeira professora dessa escola.

Fonte: Dicionário Mulheres do Brasil


segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Anésia Pinheiro Machado (1904-99)

Aviadora e feminista.

Uma das pioneiras da aviação no Brasil. Nas­ceu em 5 de junho de 1904, em Itapetininga (SP). De influente família paulista, começou seu treinamento pilotando aeronaves no ano de 1921. No ano seguinte, em 9 de abril, recebeu o segundo brevê de piloto concedido a uma mulher no Brasil, de número 77, pela Federação Aeronáutica Internacional; o primeiro foi conquistado um dia antes por Teresa de Marzo*. Foi a primeira aviadora brasileira a transportar passageiros e a realizar vôos acrobáticos, além de ter atuado como repórter aeronáutica. Conseguiu todas as licenças que pe­diu - de piloto privado, comercial e instrutor.

Foi a primeira mulher a realizar um voo transcontinental, percorrendo mais de 17 mil quilômetros sobre o continente americano. Quando das comemorações do Centenário da Independência, a 7 de setembro de 1922, Anésia realizou um voo entre São Paulo e Rio de Janeiro e fez desse fato uma forma de divulgar o movimento feminista no Brasil, uma vez que era a primeira mulher a realizar tal façanha. Participou do principal evento promovido pelas mulheres naquele ano, o I Congresso Feminista Internacional, organizado pela Federação Brasileira pelo Progresso Feminino* (FBPF), realizado no Rio de Janeiro. Esteve nessa conferência na qualidade de delegada da Liga Paulista pelo Progresso Feminino.

Anésia recebeu ao longo de sua carreira numerosas homenagens, como o diploma Paul Tissandier, o título de Decana Mundial da Aviação Feminina, da Federação Aeronáutica Internacional, e a medalha Edward Wamer, a mais alta distinção da Organização da Aviação Civil Internacional.

Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 10 de junho de 1999, e foi velada no hospital da Força Aérea Brasileira, no Galeão, bairro da Ilha do Governador. Seu corpo foi cremado e suas cinzas depositadas no Museu de Santos Du­mont, na fazenda Cabangú, situada no município de Santos Dumont (MG).

Fonte: Dicionário Mulheres do Brasil