domingo, 6 de março de 2022
sexta-feira, 4 de março de 2022
Dilma Vana Roussef - 14 de dezembro de 1947, Belo Horizonte, MG
Ellen Gracie Northfleet - 16 de fevereiro de 1948 -
indicando a juíza Ellen Gracie Northfleet para assumir a vaga do ministro Octávio Gallotti, que se aposentou na última sexta-feira. O anúncio foi feito pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, que elogiou a escolha do presidente:
- Eu tenho uma notícia muito importante para a História do nosso país. Pela primeira vez integrar o Supremo Tribunal Federal uma mulher. É uma pessoa da mais alta qualificação jurídica, moral e Profissional."
"BRASÍLIA. Nascida no Rio de Janeiro, a juíza Ellen Gracie Northileet, de 52 anos, chega ao Supremo Tribunal Federal com o apoio do ministro Nelson Jobim e do advogado-geral da União, Gilmar Mendes. Contrária a qualquer proposta de controle externo do Judiciário que possa interferir nas decisões judiciais, ela acredita que a representação feminina nos tribunais superiores tende a ser cada vez maior.
Ontem, em nota, Ellen Northfleet classificou sua escolha para o STF como "um considerável progresso para a condição feminina". Ela disse estar honrada pela indicação.
A discriminação das mulheres é um tema que a juíza já teve a oportunidade de observar em estudos da Associação Internacional de Mulheres Magistradas.. Segundo ela, alguns trabalhos acadêmicos mostram que as mulheres recebem punições mais severas do que os homens para crimes semelhantes.
Graduada em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ellen integrou o Conselho Seccional da OAB e foi eleita em 1988 vice-presidente do Instituto dos Advogados. Membro do Ministério Público Federal, entre 1973 e 1989,
integrou a composição original do TRF da 4 Região, em vaga destinada aos procuradores.
Ellen Northfleet se diz favorável a implantação do efeito vinculante, instituto jurídico que evitaria julgamento repetitivo de processos cujos temas já foram examinados pelo STF. Para ela, o efeito vinculante é uma forma de aumentar o índice de segurança jurídica de um país, "evitando flutuações na interpretação que se deva dar aos textos legislativos e tranquilizando os cidadãos quanto ao conteúdo e a extensão de seus direitos e obrigações".
Fonte: O Globo 01-11-2000.
Antonieta de Barros (1901- 1952)
A vida só é vivida quando há esforço para as conquistas superiores. Esta frase lapidar foi proferida por Antonieta de Barros, em 1934, em Florianópolis, na ilha de Santa Catarina, terra natal de um gênio da poesia brasileira, que foi o poeta Cruz e Sousa. Tres anos depois, Antonieta sagrava-se a primeira parlamentar mulher e negra do seu estado e do país. Era o início de uma jornada pública e politica, que seria interrompida, abruptamente, com a sua morte prematura, em março de 1952, por problemas causados pela diabetes.
A trajetória dessa mulher negra a frente do seu tempo esta contada com competente maestria, além de ricamente documentada, em Antonieta de Barros: professora, escritora, jornalista, primeira deputada catarinense e negra do Brasil, por Jeruse Romão, pesquisadora e ativista do Movimento Negro e fundadora do NEN (Núcleo de Estudos do Negro).
"Antonieta de Barros não retrata apenas uma ótima biografia: é o primeiro estudo com grande abrangência sobre a vida e a obra dessa que foi, nas palavras de Flávia Person, documentarista e integrante da Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros, uma "das mulheres mais importantes da história de Santa Catarina, do país (...) e que fez história na América Latina".
Antonieta de Barros deixou um livro testemunho do seu pensamento, intitulado "Farrapos de ideias", publicado em 1937, mesmo ano em que se torna, na vacância do cargo, embora temporariamente, também a primeira mulher (e negra, cabe destacar), a presidir uma casa legislativa em território nacional. Está entre as três primeiras mulheres eleitas no Brasil, entre as quais é a única negra. Ainda em 1934, a médica Carlota Pereira de Queirós foi eleita deputada federal; sete anos antes, elegeu-se prefeita de Lages, no Rio Grande do Norte, a fazendeira Alzira Soriano.
A MÃE E O INCENTIVO AO ESTUDO
Entretanto, o pioneirismo de Antonieta não para por aí. Ele tem fundas raízes na sua ancestralidade:vem da mãe Catarina, uma ex-escravizada, exímia lavadeira, moradora das áreas mais despossuídas da cidade, que "empurrou" as tilhas, incluindo a irmã Leonor de Barros, para o caminho dos estudos, interrompendo o forte ciclo de servidão e ofensas como sórdida herança dos tempos da escravidão.
Assim, Antonieta se tornou educadora e, acima de tudo, ativista e referência no magistério do estado - como deputada estadual, propôs em 1948 a lei que cria o Dia do Professor, 15 de outubro, adotada inicialmente no estado e em 1963 no âmbito nacional.Fundou e dirigiu, em sua residencia, o Curso Primário Antonieta de Barros, atuando, na mesma época, na Liga do Magistério Catarinense.
Para além do campo da educação, com atuação que materializa o combate à exclusão social das camadas mais pobres, Antonieta filia-se aos primórdios do movimento feminista, no escopo da conquista do direito do voto para as mulheres, o chamado "sufrágio feminino".
Sob a forte influência política da família Ramos, em especial de Nereu Ramos - sua mãe trabalhara na casa de Vidal Ramos, pai de Nereu - Antonieta galgou ainda um segundo mandato de deputada, em 1948, outro feito inédito, a despeito de todo o racismo que lhe fora infligido. De acordo com Azânia Mahin Romão Nogueira, filha de Jeruse, e prefaciadora da obra, o livro "serve como denúncia da produção de silêncios acerca da trajetória de Antonieta, destacando que Jeruse "é uma das herdeiras do legado político, educador e social de Antonieta", tal "a afinidade de energia de luta de ambas", no campo do antirracismo, acrescentaria.
"Antonieta de Barros" pauta-se pelo resgate da memória de uma das mulheres mais atuantes no campo da politica em um dos estados da federação com menor densidade demográfica negra. É uma obra que traz em si várias urgências: a primeira delas é a de ser lida.
Tom Farias é autor de "Escritos negros: crítica e jornalismo literário'" (Editora Malê)".
Fonte: O Globo 23-10-2021
Carlota Pereira de Queirós (1892-1982
Constituinte, integrando a Comissão de Saúde e Educação. Elaborou o primeiro projeto brasileiro
sobre a criação de serviços sociais no País. Foi eleita deputada federal nas eleições de outubro de 1934 pela legenda do Partido Constitucionalista de São Paulo.
quinta-feira, 3 de março de 2022
Ana Justina Ferreira Néri (1814 a 1880)
Pioneira da enfermagem no Brasil. Ana Néri acompanhou seus filhos, soldados na Guerra do Paraguai, como voluntária em 1865, sendo posteriormente contratada pelo presidente da província como enfermeira para servir com as tropas no Paraguai. Foi a primeira brasileira a ser reconhecida como heroína e ter seu nome inscrito no livro dos heróis nacionais, depositado no Panteão da Pátria Tancredo Neves, em Brasília-DF.
Fonte: Mulheres Pioneiras - Centro Cultural Câmara dos Deputados
Myrthes Gomes de Campos (1875-1965)
Formou-se na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro em 1898 e, após muitos anos de luta, conseguiu o registro do diploma, sendo reconhecida oficialmente como a primeira advogada no Brasil. Myrthes destacou-se em sua primeira atuação no Tribunal de Júri, absolvendo o réu e apresentando um profundo conhecimento do Código Penal, além de possuir forte poder de argumentação.
Fonte: Mulheres Pioneiras - Centro Cultural Câmara dos Deputados
Rita Lobato Velho Lopes (1867-1954)
Primeira mulher a se formar em medicina no Brasil. Quando Rita ingressou no curso de medicina, havia três anos que o decreto imperial facultara às mulheres a matrícula nos cursos superiores do País, embora a primeira escola de ensino superior no Brasil datasse de 1808.
Formou-se em 1887 e começou a clinicar no Rio Grande do Sul no ano seguinte.
Fonte: Mulheres Pioneiras - Centro Cultural Câmara dos Deputados
Joana Martins Castilho D'Alessandro
Diferente de outras pioneiras, Joana Castilho teve grande incentivo familiar para ingressar na aviação. Nascida em São Paulo, em 10 de novembro de 1924, adotou logo cedo o município de Taubaté (SP), onde voou pela primeira vez aos treze anos.
Joaninha - como ficou conhecida - é considerada a aviadora acrobata mais jovem do mundo. O fato é listado no Guiness Book e faz menção ao voo acrobático que realizou aos 14 anos. Dois anos depois, em 1940, também ganhou campeonato de acrobacia. O talento e pioneirismo de Joana ganharam destaque entre autoridades políticas e na imprensa. Assis Chateaubriand – grande empresário das comunicações – destacou os feitos da piloto em uma série de reportagens nos Diários Associados. Mesmo o Presidente da República, Getúlio Vargas, salientou publicamente a importância de Joana para a aviação. Foi sua família, no entanto, que permaneceu subsidiando suas atividades aeronáuticas.
Joaninha e seus pais acreditavam que seu exemplo encorajaria outras jovens mulheres a ingressar no setor - e estavam certos. Até hoje a aviadora é lembrada pela sua destreza como piloto e paraquedista, sendo considerada uma referência no setor, tendo recebido inúmeras homenagens e se tornando de fato uma inspiração para mulheres na aviação do Brasil.
Fonte: Mulheres na Aviação - Embraer
Ada Leda Rogatto - 22 de dezembro de 1910, São Paulo, SP - 15 de novembro de 1986, São Paulo, SP
Ada Rogato é detentora de alguns títulos: foi a primeira mulher brasileira a obter licença como paraquedista, a primeira piloto habilitada de planadores e a terceira a receber um brevê aeronáutico, em 1935. Também se tornou conhecida pelas acrobacias aéreas e como pioneira na aviação agrícola. A partir daí seus feitos só cresceram.
Nascida em São Paulo, no dia 22 de dezembro de 1920, a filha de imigrantes italianos começou a vida profissional como funcionária pública, mas não tardou a ingressar no setor aeronáutico. Após a conquista das habilitações necessárias, Ada – que sempre pilotava sozinha -, alçou voos ainda mais altos.
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial,realizou de maneira voluntária mais de 200 voos de patrulhamento no litoral paulista. Alguns anos depois, em 1950 atravessou os Andes por onze vezes. Feito inédito até então. No ano seguinte, voou mais de 50 mil quilômetros pelas Américas, chegando até o Alasca, EUA. Utilizou na empreitada um pequeno monomotor Cessna 140, batizado de “Brasil”. Também conquistou recorde na Bolívia ao pousar no aeroporto de La Paz – então o mais alto do mundo – com um avião de baixa potência, somente 90 HP. Foi ainda pioneira ao cruzar sozinha a região amazônica, em uma aeronave sem rádio, guiando-se apenas com uma bússola.
Além de destacar-se como piloto e paraquedista, Ada Rogato também se dedicou à preservação da história aeronáutica do Brasil.
Atuou como redatora em revista especializada, foi Presidente da Fundação Santos Dumont e Diretora do Museu da Aeronáutica.
Foi a primeira mulher a receber a Comenda Nacional de Mérito Aeronáutico e o título da Força Aérea Brasileira de Piloto Honoris Causa.
Fonte: Mulheres na Aviação - Embraer
Teresa de Marzo - 4 de agosto de 1903, São Paulo, São Paulo - 9 de fevereiro de 1986 (82 anos); São Paulo, SP
Apaixonada por aviação, foi repreendida pela família quando relatou o desejo de pilotar. Determinada, percorreu a pé a cidade de São Paulo até o Aeródromo Brasil,onde os pilotos italianos - João e Enrico Robba - ministravam aulas de voo. Sem o apoio familiar, conseguiu matricular-se no curso rifando uma vitrola. Iniciou as aulas em março de 1921, contando com as instruções dos irmãos Robba e do piloto alemão Fritz Roesler. Durante um ano, à frente de um avião Caudron G-3, realizou o seu sonho.
Pilotou sozinha pela primeira vez em março de 1922 e, algumas semanas depois, no dia 8 de abril, habilitou-se perante banca do Aeroclube Brasil, recebendo o brevê nº 76 da Fédération Aéronautique Internationale. No mesmo ano, efetuou o primeiro reide para a cidade de Santos (SP) e criou as chamadas Tardes de aviação, nas quais realizava voos panorâmicos com passageiros.
“Em 1922 foi criada a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, iniciativa da feminista Bertha Lutz.”
Em 1926 se casou com o instrutor Fritz Roesler. Embora inicialmente compartilhassem a paixão pela aviação, Roesler proibiu que Thereza voasse após o casamento. A aviadora nutria esperanças de voltar a voar, mas encerrou a carreira de piloto precocemente. Apesar disso, totalizou mais de 300 horas de voo, numa trajetória coroada de êxito e pioneirismo.
“O código civil de 1916 previa que a mulher casada necessitava de autorização do marido para exercer atividades diversas. Somente em 1962 com a lei 4,121 ocorreu a emancipação feminina"
Fonte: Mulheres na Aviação - Embraer
Maria Felipa de Oliveira
Descendente de negros escravizados vindos do Sudão, Maria Felipa nasceu em Itaparica. Alta e muito forte, capoeirista habilidosa, ela era pescadora, marisqueira e trabalhadora braçal. Seria só mais uma entre tantas mulheres negras que ganhavam a vida prestando serviços na cidade, conhecidas como “ganhadeiras”. Mas se engajou na luta pela Independência do Brasil na Bahia, entre 1822 e 1823, e acabou entrando para a História.
Mas o processo de Independência do Brasil não tinha sido pacífico? Que nada. O exército português mandou esquadras cheias de soldados para forçar as províncias brasileiras a voltarem a ser colônias.
O ano era 1823, e o litoral de Itaparica estava cheio de embarcações portuguesas aguardando ordens para invadir Salvador. Maria Felipa não teve dúvidas. Liderou 200 pessoas, entre mulheres negras e indígenas tapuias e tupinambás, para enfrentar os inimigos.
O ‘exército’ de Maria Felipa não tinha armamento pesado, só peixeiras, facões, pedaços de pau e galhos com espinhos. Mas tinha a seu favor a astúcia. As moças mais bonitas do grupo atraíam os vigias portugueses para longe dos navios. Uma vez fora dos seus postos de trabalho, eles levavam uma surra com galhos de cansanção, um arbusto cujos espinhos causam forte sensação de queimadura. Enquanto isso, as embarcações eram incendiadas. Mais de 40 foram destruídas assim!
Em 2 de julho de 1823, derrotadas, as últimas esquadras portuguesas deixaram a Bahia. Maria Felipa voltou à vida de antes, vindo a falecer décadas mais tarde, em 4 de julho de 1873. Mas sua história de coragem sobreviveu ao tempo. De personagem lendária na Bahia, ela se tornou heroína da Independência, tendo o seu nome inscrito no Livro de Aço dos Heróis e Heroínas da Pátria em 26 de julho de 2018.
quarta-feira, 2 de março de 2022
Anésia Pinheiro Machado (Itapetininga, 5 de junho de 1904— Rio de Janeiro, 10 de maio de 1999)
Anésia é considerada uma pioneira em todos os sentidos. Foi ela quem realizou o primeiro võo entre Rio e São Paulo, que durou quatro dias, a bordo do seu Bandeirante. Além disso, ganhou títulos como o da primeira mulher a fazer um voo transcontinental, percorrendo mais de 17 mil quilômetros sobre o continente americano; a primeira a conduzir passageiros em avião; a fazer acrobacias; e a primeira repórter aeronáutica do Brasil.
Por tudo isso, a piloto tem um espaço dedicado a seus feitos no Museu Aeroespacial, no Campo dos Afonsos. Na sala, entre outras condecorações, está a medalha de ouro dada a ela por Santos Dumont.
Anésia morreu no dia 10 de junho de 1999, aos 95 anos, vítima de um tumor no cérebro."
Bertha Maria Júlia Lutz (1894-1976)
Filha do cientista Adolfo Lutz, trabalhou como naturalista no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Destacou-se também como líder feminista .
"O movimento feminista brasileiro teve como sua principal líder a bióloga e zoóloga Bertha Lutz, que fundou, em 1922, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Essa organização tinha entre suas reivindicações o direito de voto, o de escolha de domicílio e o de trabalho, independentemente da autorização do marido. Outra líder feminina, Nuta Bartlett James, participou das lutas políticas do país na década de 1930 e foi uma das fundadoras da União Democrática Nacional (UDN).
O direito de voto só foi concedido às mulheres brasileiras pelo código eleitoral de 1933. Na constituição de 1934 estabeleceu-se a proibição de diferença de salário para um mesmo trabalho por motivo de sexo, e a proibição de trabalho de mulheres em indústrias insalubres."
Fonte: Enciclopédia Barsa
Tarsila do Amaral
"Tarsila participou ativamente da renovação da arte brasileira que se processou na década de 1920. Integrou-se ao movimento modernista e ligou-se com especial interesse à questão da brasilidade. Formou, com Anita Malfani, Menotti del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, com quem se casou em 1924, o chamado Grupo dos Cinco.
Tarsila do Amaral nasceu em Capivari SP em 1897. Estudou com Pedro Alexandrino, a partir de 1917, e depois com George Fischer Elphons, em São Paulo. Em Paris frequentou a Académie Julien, sob a orientação de Émile Renard. Entrou em contato com Fernand Léger, cujo estilo a marcou sobremodo, André Lhote e Albert Gleisse, e estruturou sua personalidade artística a partir das influências cubistas. Em 1922 participou em Paris do Salão dos Artistas Franceses.
Retornando ao Brasil em 1924, percorreu as cidades históricas mineiras em companhia do escritor francês Blaise Cendrars. Deslumbrada com a decoração popular das casas dessas cidades, assimilou a tradição barroca brasileira às recém-adquiridas teorias e práticas cubistas e criou uma pintura que foi denominada Pau-Brasil. Essa pintura inspirou um movimento, variante brasileira do cubismo, e influenciou Portman.
Em 1926 Tarsila expôs na galeria Percier em Paris. Iniciou-se então sua fase antropofágica, de retorno ao primitivo, da qual o exemplo mais notável é o quadro "Abaporu". Presente na I e II Bienais de São Paulo, foi premiada na primeira. Na Bienal de São Paulo de 1963, sala especial foi dedicada à retrospectiva de sua obra. Foram apresentadas suas diversas fases e deu-se destaque ao quadro "Operários" (1933) , da fase social, em que as cores são mais sombrias mas a nitidez anterior é conservada. Outra obra do mesmo período é, "Segunda classe".
Tarsila esteve ainda representada na mostra Arte Moderna no Brasil (1957), na XXXII Bienal de Veneza (1964) e na mostra Arte da América Latina desde a Independência (J 966). Em 1960 o Museu de Arte Moderna de São Paulo organizou retrospectiva de sua obra. Entre suas demais telas destacam-se "A negra", no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, e "São Paulo", na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Tal'sila morreu em São Paulo SP em 17 de janeiro de 1973."
Fonte: Enciclopédia Barsa
Eufrásia Teixeira Leite (1850 - 1930)
Construção da primeira metade do século XIX, a casa serviu de moradia para a família de Joaquim José Teixeira Leite, comissário de café, um dos personagens mais importantes daquele período. Foi também, bacharel em direito, deputado, presidente da Câmara de Vassouras e até vice-presidente da Província do Rio de Janeiro. Entre seus habitantes ilustres, destaca-se a filha mais nova de Joaquim José, Eufrásia Teixeira Leite (1850-1930), - figura de personalidade forte, habituada ao luxo e ao requinte de Paris. Ao morrer, em 1930, Eufrásia doou a entidades filantrópicas todos os seus bens, entre eles a Casa da Hera.
Tombada em 1952, a construção passou ao Iphan dez anos depois. Além do mobiliário, quadros e objetos de uso doméstico, seu acervo inclui ainda vasta biblioteca e uma coleção de trajes de origem francesa, considerada das mais importantes do Brasil.
Curiosidades:
>> Eufrásia foi noiva de Joaquim Nabuco. Se conheceram a bordo do navio que os levava para a Europa.
>> Frequentava a casa da Princesa Isabel, em Paris.
>> Morou em um palacete de 5 andares (na época) na Rue Bassano, 40 em Paris. O prédio existe até hoje.
>> Seu tio era o Barão de Vassouras.
>> Ao viajarem para Paris em 1873, após receberem a herança, Eufrásia e sua irmã Francisca deixaram dois empregados tomando conta da Chácara da Hera, um deles era Manoel da Silva Rebello, que cuidou da casa por 36 anos e plantou as heras em 1887.
terça-feira, 1 de março de 2022
Rosalina Coelho Lisboa de Larragoiti
Rosalina (1900-1975) foi poeta, jornalista e ativista política. Natural do Rio de Janeiro, escreveu para revistas e jornais importantes.
Foi partidária da Revolução de 1930 e, em 1951, foi delegada do Brasil à VI Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Paris.
Defendia a intervenção da mulher na política e a igualdade de direitos entre os sexos.
Pintura de Ignácio Zuloaga Zabaleta(1870-1945)
Fonte: Museu da Cidade do Rio de Janeiro
Soror Joana Angélica de Jesus
O movimento revolucionário que explodiu na Bahia a 10 de fevereiro de 1821. pode ser considerado como um dos sinais precursores do movimento independente que vai se processar no Brasil. Exatamente um ano depois, em fevereiro de 1822, as hostilidades se acentuam, e o General Madeira de Melo, que recebera reforços de Portugal e de Jorge Avilez (que capitulara no Rio de Janeiro), mantém militarmente o governo português na Bahia.
Segundo uns autores, refugiaram-se no Convento da Lapa alguns "independentes", e, no encalço desses inimigos, soldados portugueses invadem o convento e matam a Abadessa do mesmo, Soror Joana Angélica, que se opusera à perseguição. Segundo outros autores, foi o assalto ao Convento da Lapa represália e mero ato de destruição da tropa portuguesa, nos dias tumultuosos de 19, 20 e 21 de fevereiro. De uma ou outra forma é inconteste que, protegendo, acumpliciada, a brasileiros insubmissos ou não, foi Soror Joana Angélica, conforme a expressão de Bernardino de Sousa "a primeira heroína da Independência do Brasil".
Morreu a 20 de fevereiro de 1822, aos 62 anos de idade, no Convento de N. S. da Conceição da Lapa, a Revda. Madre Abadessa Joana Angélica de Jesus, e, do termo de falecimento consta" ... faleceu sem os sacramentos por morrer de uma Baionetada no acontecimento e entrada que fizeram neste Convento a Tropa Lusitana".
Ainda nessa luta, pela emancipação política, são lembradas: Epifânia Muribeca, que organizara um batalhão de patriotas, Bárbara de Aramaré, Luísa do Pantaleão...
Fonte: Anais do Museu Histórico Nacional
Jovita Feitosa
"Com 18 anos, vindo da pequena localidade de Inhamuns, Ceará, inscreve-se no Batalhão de Voluntários do Piauí aquela que foi incontestavelmente a heroína da guerra do Paraguai.
Dando provas de tenacidade e decisão, pois, não tendo recursos para se transportar ao Piauí, vence a pé a distância que a separa de sua residência ao local de inscrição; é ainda devido a essa perseverança e entusiasmo cívico aceita nas fileiras do 35º Batalhão
de Voluntários, o 2º Corpo de Voluntários do Piauí, e, no posto de sargento, embarca para o Rio de Janeiro, sendo então recusado seu oferecimento pelo Ministro da Guerra. Fixa residência no Rio de Janeiro, suicidando-se em 9 de outubro de 1867, por questões de amor.
Há, no Museu Histórico, um retrato de Jovita Feitosa, doação do Dr. Aurélio de Brito, em 1931, em que a vemos, vestindo farda de voluntário: túnica preta, 4 divisas de sargento na manga e: o escudo imperial, sacola branca, quépi preto. De braços cruzados, figura de cabocla enérgica; porém, a par do olhar decidido, vislumbra-se um que de suavidade, que parece ter sido sempre a sua característica. Os cabelos repuxados para trás, porém não cortados, denotam que o sentimento feminino de vaidade ainda sobrepuja a vontade máscula de combater."
Fonte: Anais do Museu Histórico Nacional
Ana de Jesus Ribeiro
Nascida em Morrinhos, Sta, Catarina, casou em 1839, em Laguna, com José Garibaldi. Tornou-se, por amor ao marido, famosa guerreira. Acompanha-o em todas as lutas, e, nos campos da Forquilha, à margem do rio Marombas, para onde avançaram as tropas republicanas conduzindo munições, é feita prisioneira, conseguindo fugir e reunir-se. em Lajes, a Garibaldi.
É de se notar a fuga de Anita Garibaldi, que, iludindo a vigilância dos guardas, consegue chegar à margem do rio Canoas, onde quatro soldados, ai em guarda, assombrados com a aparição de uma mulher, fogem, aproveitando-se ela para atravessar o rio a nado.
Uma das facetas mais originais da vida militar de Anita Garibaldi é ter sido, talvez, a única mulher que tomou parte em combates navais, como o da Laguna, a 15 de novembro de 1839, e o de Imbituba, a bordo da escuna "Rio Pardo".
Partindo José Garibaldi para a Itália, seguiu-o Anita, vindo a falecer na bela cidade de Ravena, em 1849.
Fonte: Anais do Museu Histórico Nacional
Maria Quitéria de Jesus Medeiros
"Nasceu na Bahia em 1792 e faleceu em 1853. Lutou como voluntária pela independência da Bahia, com o nome suposto de Medeiros. Entrou para o batalhão de caçadores chamado "Voluntários do Príncipe D. Pedro", conhecido como "Periquitos", devido à cor da roupa que usavam, farda azul com golas e punhos verdes. Maria Quitéria foi condecorada com a Medalha de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro, que o próprio D. Pedro colocou em sua farda, no dia 20 de agosto de 1823. Essa heroína, que fugiu de casa e tanto lutou pela independência de sua pátria, morreu no sertão, esquecida por todos".
Fonte: Enciclopédia Sibrac